sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Ópera, eu fui!

Ontem tive uma noite engraçada! Não sei dizer se pela companhia, meu amigo Bob, ou se pela experiência. Fomos à Ópera! Uma coisa eu sei dizer: eu amei ver e ouvir aquilo!

Assistimos a Ópera "O homem que confundiu sua mulher com um chapéu"... e gostei duas vezes, tanto pela música e pelo som que é lindo quanto pela história que já havia escutado no tempo de faculdade.

A trama representada por um tenor, um barítono e uma soprano foi baseado no conto homônimo de Oliver Sacks, um neurologista britânico que tem sistematizado seus relatos de casos clínicos em livros. Instrumentada para dois violinos, viola, violoncelo, harpa e piano, a Ópera narra a história de um musicista profissional que chega ao consultório do Dr. Sacks. Apesar dos olhos saudáveis, ele vem cometendo gafes visuais estranhas, como pedir informações a um parquímetro na rua ou agradecer à estante de partituras. No consultório, acompanhado pela esposa, dr. P., como é chamado, comete enganos diante de Dr. Sacks, como confundir sua mulher com um chapéu. Intrigado, o médico procura conviver com dr. P. para conhecer mais sobre sua rotina.

Após presenciar muitas situações estranhas e até cômicas de seu paciente, Dr. Sacks entende que dr. P. sofre de agnósia, uma amnésia perceptiva ou incapacidade de reconhecer objetos ou símbolos usuais, sem perturbação das sensações em geral. É uma espécie de cegueira mental causada por lesão em determinada parte do cérebro que é responsável pela visão. As pessoas que sofrem desta enfermidade percebem cores, linhas, contornos, formas, desenhos e movimentos, mas não reconhecem o que estão vendo e nem mesmo atribuem significado a estas “coisas”.

O que se torna peculiar nessa história é que, tendo se dedicado integralmente à música o paciente a utiliza, agora, para organizar sua vida. Em outras palavras, ele desenvolveu uma espécie de trilha sonora interior: sempre cantarolando, suas melodias o ajudavam a coordenar as tarefas diárias. Enfim, para cada atividade uma canção. E nessa situação o que o médico deveria prescrever ao paciente? Dr. Sacks foi sábio e simples: mais música!

É, sem dúvida, uma produção inusitada, inovadora, com recursos da mais moderna tecnologia audiovisual. É a união de música, literatura e medicina!

Bom de se ver, bom de se ouvir!

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